Ascensão e queda de Ricardo Mansur

Conheça a história de um dos empresários mais polêmicos do Brasil.
Lázaro Brandão [em pé], presidente do Bradesco, observa Cosette Alves, do Mappin, e Ricardo Mansur, da United Indústria e Comércio, assinarem acordo da venda da loja de departamentos

Um dos empresários mais famosos do Brasil nos anos 1990, Ricardo Mansur foi dono de empresas como Vigor, Leco, Mappin, Mesbla e do banco Crefisul.

Além disso, ele também foi o responsável por trazer a Pizza Hut para o Brasil. Até que seu império desmoronou.

Filho de um comerciante libanês, Ricardo Mansur começou cedo a sua trajetória no mundo dos negócios. Com a ajuda de seu pai, montou no final da década de 1960 uma papelaria no centro de São Paulo.

Pouco tempo depois, comprou uma fábrica de chapéus.

Ao lado de seu irmão, Carlos Alberto Mansur, adquiriu diversas empresas nos anos 1970 e 1980, entre elas estavam a Vigor, a indústria de laticínios Leco e a empresa de enlatados Peixe.

Sua estratégia era comprar empresas em dificuldades financeiras e reestruturá-las.

Além das operações industriais, em 1989 o empresário também foi o responsável por trazer a rede Pizza Hut para o Brasil.

Três anos depois, ele vendeu a operação para a Pepsico, embolsando cerca de US$ 14 milhões. Na década de 1990, também comprou um banco.

Com fama de empresário ousado, o próximo passo de Mansur para aumentar ainda mais o seu império foi entrar no varejo, e então, em 1996, comprou a famosa loja de departamentos Mappin, com o apoio do Bradesco, que financiou a aquisição.

No ano seguinte, em 1997, mais uma jogada ousada. Com a ideia de criar uma grande varejista brasileira, Mansur adquiriu a Mesbla, tradicional loja de departamentos que estava com dificuldades financeiras.

Seu plano era fazer uma fusão entre as duas empresas.

A queda

Em apenas dois anos, porém, tudo desmoronou. Em 1999, foi descoberta uma fraude no balanço do banco de Mansur, o Crefisul.

O empresário estava inflando artificialmente seus ativos e gerou um rombo de mais de R$ 400 milhões, segundo o BC.

Com a fraude, o Crefisul precisou ser liquidado pelo Banco Central. E sem crédito na praça, Mansur não conseguiu resolver os problemas de capital da Mesbla e do Mappin, que possuíam dívidas de mais de R$ 1 bilhão e tiveram sua falência decretada no mesmo ano.

Em 2011, Mansur foi condenado a 11 anos de prisão por gestão fraudulenta na Mappin Previdência Privada e no Crefisul.

Depois de anos foragido pela justiça, em janeiro de 2020, Ricardo Mansur foi preso e logo foi transferido para prisão domiciliar.

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