Juca Abdalla: o maior investidor individual da bolsa brasileira

Conheça a história do bilionário mais desconhecido do Brasil.
Juca Abdalla

No 13º andar de um edifício na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro, está localizada a sede do Banco Clássico.

Embora não seja um nome conhecido para a maioria das pessoas, como Itaú ou Bradesco, a instituição financeira tem algo que chama atenção.

O banco possui apenas um único acionista.

E esse acionista está entre as 15 pessoas mais ricas do país, com uma fortuna de mais de R$ 10 bilhões.

Hoje vamos falar sobre Juca Abdalla, o bilionário mais desconhecido do Brasil.

Fundado em 1989 por José João Abdalla Filho, mais conhecido como Juca Abdalla, o Banco Clássico nunca foi um banco convencional.

Banco Clássico

Criado para administrar a vultosa herança deixada por seu pai, o controverso industrial José João Abdalla, que faleceu em 1988, o banco figura entre os principais acionistas de algumas das maiores empresas do Brasil.

Recluso, Juca Abdalla não deixa ser fotografado e não concede entrevistas.

Para entender melhor a origem dessa fortuna, precisamos falar de J.J Abdalla, o pai de Juca.

J.J Abdalla

O polêmico industrial J.J Abdalla construiu um verdadeiro império com mais de 20 empresas nos anos 50.

A mais famosa delas era a Cimentos Portland, a primeira fabricante de cimentos do Brasil.

Com passagens pela política e confusões relacionadas ao pagamento de impostos, J.J Abdalla chegou a responder a mais de 500 processos em vida.

Quando faleceu, em 1988, o empresário deixou empresas, imóveis e terrenos para seu filho.

Como se não bastasse a herança milionária, alguns anos depois aconteceria algo que deixaria os Abdalla ainda mais ricos.

J.J Abdalla havia entrado com uma ação na justiça contra o Estado de São Paulo devido à desapropriação de um terreno seu.

Esse terreno, de 717 mil metros quadrados e que hoje está localizado o Parque Villa Lobos em São Paulo, era um posto de recebimento de cimentos da Portland.

Parque Villa Lobos
Parque Villa Lobos em São Paulo

Um ano depois do seu falecimento, a justiça deu ganho de causa para Abdalla e o Estado de São Paulo teve que pagar uma indenização de R$ 2,5 bilhões em 2001.

Essa é até hoje a maior indenização já registrada no Brasil em casos de desapropriação.

Juca Abdalla e a Bolsa de Valores

Com o dinheiro extra que ganhou além da sua herança, Abdalla começou a comprar ações na bolsa.

Ao longo dos anos, ele foi acumulando ações em algumas das maiores empresas do Brasil, multiplicando ainda mais seu patrimônio.

Petrobras, Eletrobras, Engie e Cemig são apenas algumas das ações em que o banqueiro tem bilhões de reais investidos.

Em 2018, ele chegou a ganhar 1 bilhão de reais em apenas um dia com a forte valorização da Eletrobras após rumores de privatização.

No caso da Petrobras, Abdalla é acionista há mais de 15 anos da empresa e se orgulha de nunca ter vendido uma ação.

Atualmente, ele possui cerca de 1% dos papéis da empresa e é membro do conselho de administração.

Segundo o balanço patrimonial do Banco Clássico, a instituição financeira possui mais de R$ 19 bilhões em ativos totais e um patrimônio líquido de R$ 11,7 bilhões.

O único cliente do banco é o próprio Abdalla.

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