A história do fundador da Varig, Otto Ernst Meyer, começa na Alemanha em 1897. Oficial-aviador da Aviação Real Prussiana, Otto chegou a lutar na 1ª Guerra Mundial.
Em 1921, ele emigrou para o Brasil em busca de oportunidades.
Quando chegou por aqui, começou trabalhando como mascate, mas ele procurava investidores para criar sua própria companhia aérea.
Com isso, chegou até ser chamado de picareta na época, mas, após anos tentando, conseguiu convencer 550 pessoas na cidade de Porto Alegre.
Dessa forma, essas pessoas acabaram investindo na criação da Varig, que foi a primeira empresa de aviação brasileira.
Sendo asssim, com o capital de “mil contos de réis” e um avião emprestado, em 1927 a Varig começou a operar o hidroavião “Atlântico” de 9 lugares, que fazia a rota Porto Alegre – Rio Grande.
O voo era feito em baixa altitude, entre 20 e 50 metros, numa velocidade de 160 km/h.

Os passageiros precisavam pegar um barco para chegar até a aeronave.
No check-in, que inicialmente era feito pelo próprio Otto, o passageiro era pesado junto com sua bagagem e, se o peso total fosse mais de 75 kg, era cobrado uma taxa de excesso.
Marketing
Em 5 de junho daquele ano, para promover o serviço, o E. C. São José viajou no “Atlântico” para enfrentar o E. C. Pelotas, sendo a primeira viagem de avião de um time de futebol no mundo.

No entanto, como a capacidade era de 9 pessoas, 2 atletas viajaram no compartimento de cargas.
Mesmo assim, o voo foi um sucesso de marketing, sendo recepcionado por uma multidão.
Cinco dias depois, o governo federal concedeu o tráfego aéreo para a empresa. Ao longo dos anos, Otto criou relações fortes com governos e ganhou concessões de rotas, o que fez a Varig crescer.
Em novembro de 1939, Otto foi preso pelo suposto envolvimento da Varig em um plano de espionagem do regime nazista.
Com isso, ele ficou detido por três dias. Documentos da época apontam que a companhia estaria ciente sobre a participação no ato ilícito.
Com a chegada da 2ª Guerra Mundial, Otto afastou-se da Varig por temer a estatização da empresa.
O empresário acabou falecendo em 1966, tendo a sua morte publicada no jornal The New York Times.